Banner 4 novembro, 2022
por Redação PerifaCon

Quem foi Emmett Louis Till, que tem história contada no filme ‘Till’

Filme conta a história do assassinato de Emmet Till, garoto negro que foi morto nos Estados Unidos. Texto por Andreza Delgado e Marcos Marques Till é um novo filme de drama dirigido por Chinonye Chukwu, escrito por Keith Beauchamp e Chukwu e produzido por Whoopi Goldberg. O filme é baseado na história real de Mamie […]

 

Filme conta a história do assassinato de Emmet Till, garoto negro que foi morto nos Estados Unidos.

Texto por Andreza Delgado e Marcos Marques

Till é um novo filme de drama dirigido por Chinonye Chukwu, escrito por Keith Beauchamp e Chukwu e produzido por Whoopi Goldberg.

O filme é baseado na história real de Mamie Till, uma educadora e ativista que buscou justiça após o assassinato de seu filho Emmett, de 14 anos, em 1955. O longa é estrelado por Danielle Deadwyler, Jalyn Hall, Frankie Faison, Haley Bennett e Whoopi Goldberg.

Entenda o caso

Emmett Louis Till foi assassinado em 1955 aos 14 anos na pequena cidade de Money, no estado do Mississipi, enquanto passava férias na casa de parentes. Ele foi acusado de ofender uma mulher branca com um assovio.

A partir daí, Carolyn Bryant, a suposta vítima do garoto Emmett, passou a espalhar a história pela cidade, assinando, assim, a sentença de morte do garoto. Ele foi encontrado extremamente desfigurado boiando no rio Tallahatchie. Ele estava irreconhecível.

Emmett Louis Till and Mamie Till-Mobley at their home in Chicago. (Chicago Tribune file photo/Tribune News Service via Getty Images)

Vale lembrar que a prática de linchamento vitimou milhares de afro-americanos pelo país. Calcula-se que só no Mississípi morreram mais de 500 negros por linchamento. Existem registros de mais de 4,4 mil afro-americanos mortos durante a “era dos linchamentos”.

Roy Bryant e J.W. Milam, os responsáveis pelo crime, foram acusados, mas diante de um juri completamente composto por homens brancos foram absolvidos. Ambos seguiram livres após linchar até a morte uma criança negra de 14 anos.

Em entrevista a NPR, a diretora falou um pouco sobre o processo do filme, dizendo que cresceu ouvindo a história de Emmett Louis Till e que muitas das vezes as mães de crianças negras nos Estados Unidos não são ouvidas nestes casos de assassinato.

Ela também diz que a decisão de Mamie em realizar o funeral com o caixão aberto, e publicar as fotos dele com o rosto mutilado, serviu como um catalisador para o movimento pelos direitos civis.

O filme conta a história através do olhar da Mamie, e apesar do assassinato ser o ponto central da trama, a diretora não quis retratar a cena na tela:

Eu sabia que a violência física infligida a Emmett não era uma parte necessária ou importante da história que eu queria contar, que era aquela da jornada de Mamie e de ela se tornar uma ativista – e também o amor e a humanidade que existiam entre ela e seu filho.

Chinonye Chukwu também falou sobre os cuidados que a produção teve em retratar a história, já que é sobre um caso que requer uma atenção muito delicada, principalmente por se se tratar de violência a corpos negros.

A diretora diz que no set de gravações havia um terapeuta que ficava disponível para a equipe e elenco para ajuda-los a processar novos sentimentos em tempo real. Ela também ressalta que os pais dos atores mirins ficavam sempre no set de gravações acompanhando as filmagens.

Chinonye também fala sobre Jalyn Hall, o ator que interpreta Emmett, que pedia para dar abraços mãe durante as cenas no qual ele era sequestrado. A diretora diz que limitou algumas cenas em apenas duas tomadas, para evitar que os atores tivessem que refilmar a mesma cena diversas vezes.

Till estreou no New York Film Festival no dia 01 de outubro e foi lançado nos Estados Unidos no dia 14 de outubro. Aqui no Brasil o filme ainda não possui data de estreia, mas deve ser lançado em 2023.