por Pierre Augusto
“Os Estranhos: Capítulo 2” um tentativa de slasher caça-níquel
Mais preocupado em preparar a próxima sequência do que em criar medo, Os Estranhos: Capítulo 2 vira uma farofa.
Texto por: Pierre Augusto
Lançado como uma continuação direta do longa de 2024, Os Estranhos: Capítulo 2 continua a história de Maya (Madelaine Petsch de Riverdale). Após sobreviver ao atentado dos assassinos e ser internada para se recuperar dos ferimentos, o pesadelo recomeça com os perseguidores voltando para finalizar sua vítima.
Uma clássica estrutura de slasher, uma ou várias pessoas mal-intencionadas perseguindo sua pobre vítima. Esse cenário aterrorizante claramente se encaixa no gênero de terror, seja pelos sustos ou pelas mortes brutais repletas de gore. Mas Os Estranhos: Capítulo 2 carece de ambos.
O único momento de maior tensão, onde temos uma real ambientação digna para causar algum receio, é em seu começo, sendo perseguida no hospital (que misteriosamente está vazio), Maya tem que se esgueirar e correr o máximo possível. Isso causa uma boa aflição, tendo em vista que não sabemos nada sobre seus perseguidores.
Mas um dos principais motivos que tiram esse senso de urgência é o ritmo dado pelo diretor Renny Harlin, que não consegue encaixar esse sentimento em tela. Soma-se a isso a escolha de revelar, ao longo do filme, o passado de dois dos assassinos. Por meio de flashbacks, vemos a infância deles e como se relacionavam. O problema é que isso não ajuda em nada no andamento da história e ainda tenta humanizar o que deveria ser o desconhecido que nos dá medo.
Explicar demais um elemento do horror é jogar luz na escuridão. Quando sabemos o que está acontecendo, sentimos menos medo. Tendo isso em mente, não tem como o longa ganhar com esse recurso, sendo muito melhor para a construção estarmos tão perdidos quanto a protagonista.
Outro momento marcante é o uso de um javali para caçar Maya… isso mesmo, um porco gigante, um javali. Não é muito explicado, e cabe a nós crer que realmente esses estranhos tinham um javali de estimação. Mas, em termos camp, é puro ouro: o bizarro do artifício faz essa cena ser realmente a mais divertida dessa farofa toda.
Madelaine Petsch faz o possível para segurar as pontas, e honestamente manda melhor do que na versão anterior, onde seu romance com Ryan (Froy Gutierrez de Teen Wolf) não convence ninguém. Mas, pelo menos agora, tendo que atuar a maior parte do tempo sozinha e sem falar, é possível ver uma melhora.Os Estranhos: Capítulo 2 é uma óbvia franquia caça-níquel. A resolução final se arrasta ao limite, em meio a várias inconsistências, apenas para poder motivar uma sequência que, inclusive, já tem trailer exibido na cena pós-crédito. Acredito que isso já seja a maior dica do seu padrão de qualidade.
O longa estreou no dia 25 de setembro
