por Giulia Cardoso
Entrevista: Diretores de ‘Boalândia’ revelam detalhes sobre a produção
Patrik Thomas e Mathias Reitz Zausinger estiveram na Mostra SP divulgando seu filme sobre a resistência do Brasil através dos Cineclubes
Patrik Thomas e Mathias Reitz Zausinger são os criadores de Boalândia, um filme que fala sobre a resistência do Brasil através dos Cineclubes (Leia nossa crítica aqui). O longa-metragem estreou na 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo e, durante ela, o Portal Perifacon conversou com eles.
Os diretores não são brasileiros e contam que esta ideia partiu de uma pesquisa sobre o tema que ambos estavam fazendo, esses estudos geraram um processo para encontrar pessoas mas, só se tornou filme, quando pensaram: “Eles [os coletivos] fazem filmes.Todos com quem convivemos fazem filmes. Porque não fazemos um filme sobre os filmes?”, conta Mathias Reitz
Após ganhar uma bolsa na Alemanha, eles voltaram mais equipados para o Brasil e iniciaram o projeto. Mesmo tendo um planejamento, os diretores falam que tiveram situações “muito orgânicas” para realizar o filme: “Sempre foi através dos contatos pessoais, sempre e muita colaboração entre os vários coletivos”, diz Patrik Thomas
5 anos de gravação, uma pandemia e uma eleição presidencial
Fora os cineclubes, a pandemia do covid-19 e as eleições de 2022 também foram personagens da trama. Mesmo como plano de fundo, essas duas questões políticas estão presentes nas mais de 500 horas de material
Mathias conta que eles tiveram que refletir bastante sobre como iriam abordar esses assuntos, principalmente as eleições, sempre evitando criar o lado “bom” e o lado “mal”. Afinal, esse projeto tem projeções internacionais.
“Todas as lutas vão continuar com Lula, então decidimos colocar essa mostra tensa com Bolsonaro, mas no fundo das imagens. Era um simbolismo desse momento antes das eleições”
Inclusive, esse cuidado serviu para que o filme não ficasse datado e nem apenas marcado por esses eventos.
Planos futuros
Boalândia não é apenas um filme. Os diretores pensam em outras formas de dar visibilidade aos cineclubes.
“[…]mapeamento ou criar um livro […]. Então tem alguma possibilidade ou alguma forma de continuar a trabalhar com esse material. Ou uma plataforma online que também permite que os vários coletivos podem usar a plataforma também com sua própria criatividade” – Patrik Thomas
Mas, enquanto isso não acontece, o plano dos dois é conseguir viajar para vários lugares e passar o filme em outros cineclubes de forma acessível