por Redação PerifaCon
Elenco e roteiristas de ‘Lost’ denunciam racismo, xenofobia e misoginia nos bastidores da série
Ex-membros da produção relatam que o ambiente era bastante tóxico.
Lost foi uma das maiores séries de sucesso da televisão e chegou ao fim em 2010, totalizando seis temporadas.
Apesar de ser bem aclamada e premiada, a série conta com diversas acusações pesadas envolvendo toxidade nos bastidores e acusações de racismo.
O livro Burn It Down: Power, Complicity and a Call For Change In Hollywood, escrito por Maureen Ryan, usa os bastidores da série Lost para mostrar como as industria de cinema e TV permitem um comportamento tóxico no ambiente de trabalho, que afeta atores e roteiristas.
Através de entrevistas, o livro fala que o ambiente de trabalho da série envolvia episódios de abuso verbal, misoginia e vários níveis de racismo.
Ryan entrevistou ex-membros do elenco da série como Harold Perrineay, e as roteiristas Melinda Hsu Taylor e Monica Owusu-Breen, que fizeram diversas acusações sobre o o ambiente de trabalho. De acordo com elas, houveram diversos comentários racistas na sala de produção em especial a um roteirista, que era o único asiatico da produção, que constantemente era chamado de “coreano”, ao invés se referirem a ele pelo nome.
Já em relação ao ator Harold Perriney, ele fala bastante sobre o trato que seu personagem, Michael Dawson, recebia durante a primeira temporada da série. O ator chegou a participar da segunda temporada mas teve sua participação reduzida conforme a série avançava.
Harold diz que isso aconteceu após ele confrontar os showrunners Damon Lindelof e Carlton Cuse para falar sobre os estereótipos raciais que os personagens não-brancos da série. O ator diz que sempre percebeu que os personagens brancos se sobressaiam de alguma forma e que até mesmo nas divulgações da série os atores brancos sempre estavam na frente dos materiais promocionais.
Um dos escritores da série também disse que a equipe de roteirista ouviu que os personagens brancos eram “personagens heróis” e que “ninguém ligava para o resto do elenco. Apenas dê a eles algumas cenas na praia.”
Já Damon Lindelof comentou sobre as acusações dizendo que “falhou” como chefe em manter um ambiente positivo para todas as pessoas que trabalhavam com ele:
Meu nível de inexperiência fundamental como gerente e chefe, meu papel como alguém que deveria modelar um clima de perigo criativo e assumir riscos, mas fornecer segurança e conforto dentro do processo criativo – falhei nessa empreitada.
O livro também conta com relatos de bastidores de outros programas de TV como o Saturday Night Live, The Goldbergs, Sleepy Hollow, Curb Your Enthusiasm e entrevistas com Evan Rachel Wood (Westworld) e Orlando Jones (American Gods).