
por Redação PerifaCon
Dragon Ball Super: Super Hero, mas nem tão Super assim
Novo filme de Dragon Ball já está em exibição nos cinemas O mais novo filme do anime Dragon Ball chegou aos cinemas brasileiros essa semana e como não poderia ser diferente estávamos lá para cobrir e analisar a empreitada de uma animação que é clássica e explora acontecimentos posteriores a saga Red Ribbon, aquela em […]
Novo filme de Dragon Ball já está em exibição nos cinemas
O mais novo filme do anime Dragon Ball chegou aos cinemas brasileiros essa semana e como não poderia ser diferente estávamos lá para cobrir e analisar a empreitada de uma animação que é clássica e explora acontecimentos posteriores a saga Red Ribbon, aquela em que um poderoso exército deseja dominar o mundo com a ajuda das esferas do dragão.
Confesso que estou há um tempo sem acompanhar Dragon Ball e sinto que há uma lacuna entre o que me fazia ser apaixonada pelo anime, a pessoa que eu sou hoje e o novo público que ele atinge. Dito isso, talvez essa crítica vá soar diferente em diversas pessoas. E tudo bem não concordar comigo, a vida é feita dessas coisas, não é?

Para começo de conversa, reencontrar os personagens de Dragon Ball me leva a um lugar nostálgico e o filme tem esse potencial de recuperar o apelo provocado pelo quão cativante é a criação de Akira Toriyama. Nesta produção, o artista é responsável pelo roteiro, direção e concept dos personagens. Então, merece toda a responsabilidade pelos acertos e erros que encontramos por essa jornada.
O principal acerto é o merecido protagonismo dado a Piccolo o nosso negro de pele verde, provavelmente o personagem mais interessante de todas as sagas de Dragon Ball, possui camadas que nem sempre recebem a atenção que desejamos e desta vez conseguimos acompanha-lo não só em busca de tornar-se mais forte para vencer um inimigo, mas também como estrategista, espião, mente responsável e é claro, na figura de pai (e tio, e avô) para aqueles personagens que tem pai ausente, sabe?
Piccolo carrega nas costas os momentos mais maneiros, mais emocionantes, de maior impacto e engraçados nas costas durante todo o filme, sem deixar dúvida na sua relevância para a história e para o futuro da franquia. Ele é tão magnético para mim que eu sempre tenho vontade de consumir mais e super assistiria um reality show para acompanhar a vida do maioral.

Toriyama está atento ao mercado e atualiza a obra ao trazer referências sobre super heróis, entendendo o que é relevante para o público atual e que este consome animações japonesas, tanto quanto heróis. Inclusive esses personagens, inicialmente vilões da trama, se destacam pelos clichês bem utilizados, personalidade sedutora e um design que remete a super heróis clássicos, principalmente dos tokusatsus e super sentais.
Ainda assim, essa compreensão mercadológica não impediu que o filme insista em piadas que objetificam o corpo feminino (comuns no anime), ancorando-se no “ah,mas dragon ball é assim mesmo”. Resposta essa que apesar de insatisfatória, tende a convencer boa parte do público consumidor e por tanto retroalimentar a mente criativa por trás da obra, mantendo essa repetição que além de canastrona, em nada move a narrativa. Não tem motivo real para existir nessa produção, mas persiste. E é nisso que incomoda quem ainda têm muito carinho por Dragon Ball, seu universo e personagens, mas evoluiu o bastante como ser humano para não achar graça em suas falhas.
No mais, Dragon Ball Super: Super Hero tem bons momentos. É um filme divertido com um 3D questionável, mas que você acaba por se acostumar, apreciar as espetaculares cenas de luta (obrigação de todo shonen) e seus personagens extremamente carismáticos.