por Redação PerifaCon
Bebê Rena: o difícil encontro entre realidade e ficção
Bebê Rena: o difícil encontro entre realidade e ficção
Por Ester Raquel Silva Nascimento
Considerada a série do ano pelo público e pela crítica, Bebê Rena (Baby Reindeer) é uma das favoritas em premiações como o Emmy, vencendo como: Melhor minissérie; Roteiro; Melhor ator; Melhor atriz de série coadjuvante em minissérie ou filme para TV. A aposta neste sucesso se deve pelas questões abordadas que seguem atuais, como stalkers além da internet, abusos físicos e psicológicos, crises de identidade e muito mais.
A original Netflix é um sucesso por ser uma das mais vistas que ficou semanas no Top 10 das séries mais vistas, segundo a plataforma em dois meses no ar a produção acumulou 84,5 milhões de visualizações. Por contar aparentemente uma história baseada em fatos reais do comediante Donny interpretado de forma única por Richard Gadd perseguido por uma mulher chamada Martha que é obcecada por ele, interpretada brilhantemente pela Jessica Gunning ela desperta muitas sensações conflitantes nos espectadores e na crítica especializada.
A popularidade de Bebê Rena é um mistério até mesmo para o seu criador, apesar de estar envolvido no roteiro e produção que não pode ser definida por um único gênero. Transitando pelo drama, suspense psicológico, biográfico e humor ácido, espalhados pelos 7 episódios, entregam monólogos, cenas angustiantes e desconfortáveis quando você também descobre “o passado do vilão”.
A dramaticidade quando a arte imita a vida e vice-versa acaba chamando a atenção não só pelo lado positivo da conversa, mas pelas polêmicas e mais acusações após a estreia com outros personagens da vida real dando o que falar, aumentando os holofotes sobre a veracidade do que foi contado diante da tela. Já que a conclusão entre a ficção e a realidade fica meio que em aberto nesse aspecto, ganhando especulações em vários sites e veículos de imprensa.
Apesar de tudo isso, a reflexão que a série traz é válida para se acompanhar pelo menos uma vez, já que assistir novamente pode dificultar ainda mais as coisas ao presenciar de novo toda essa experiência traumática, já sabendo de toda a trama que explora a culpa por expectativas não atendidas, vergonha de existir (principalmente a masculina), desejos reprimidos e a falta que pode desencadear sem escala, tudo isso sobre a ótica do protagonista.
Toda a falta do passado e o que ela ocasiona no presente, ainda com poder de se arrastar para o futuro, é um alerta de como a vida pode se desenvolver na condição de não ser honesto consigo mesmo antes de chegar nesse ponto crucial de fundo do poço.
Para conferir a recente minissérie consagrada pelo Emmy a temporada completa segue disponível na Netflix.