Banner 9 janeiro, 2025
por Redação PerifaCon

Round 6: segunda temporada se aprofunda na perversidade dos jogos infantis

Com polêmicas e menos inspiração que a temporada de estreia, Round 6 deixa mais perguntas do que respostas para junho, quando teremos sua continuação

 

Texto por Willian Rodrigues

A nova temporada de Round 6 chegou com um status de referência da Netflix, muito apoiada pelo sucesso que a primeira temporada alcançou a nível global. Assim, a série, que teria apenas uma temporada, ganhou não só uma, mas duas temporadas confirmadas — a segunda, que estreou no final de dezembro, e uma terceira, com estreia prevista para o dia 27 de junho deste ano.

A data foi anunciada de forma involuntária pela Netflix Korea, mas está alinhada com o que se ventilava a algum tempo, de que o intervalo entre as duas temporadas seria menor do que os três anos que separam as duas primeiras.

A nova temporada é divisiva por diversas razões, a começar pelo número menor de episódios. O diretor e roteirista, Hwang Dong-hyuk, optou por encerrar a segunda temporada onde ele considerou seu ápice, em um momento de inflexão que não pode ser chamado de plot twist apenas porque nós, como espectadores, já sabíamos dessa reviravolta.

Mas o número menor de episódios deixa um sentimento de que perdemos o desenvolvimento da história. Não é uma história completa, e poucos personagens tiveram desenvolvimento. Há alguns paralelos com a primeira temporada, mas as histórias ficam abertas demais, sem um vislumbre de qualquer conclusão.

A segunda temporada traz jogos infantis ainda mais sanguinolentos (Foto: Reprodução/Netflix)

A série também mudou de tom. Os jogos mortais inspirados em brincadeiras infantis continuam, mas tudo é mais sombrio. Isso se reflete nas expressões de Gi-Hun, que aparece carrancudo em diversos momentos, algo que o diretor já havia sinalizado em entrevistas, o colocando próximo à insanidade. Os próprios personagens brincam com isso. Logo no primeiro episódios somos apresentados a uma versão maníaca e afetada do  recrutador, que propõe uma roleta russa que mostra quão desesperado está Gi-Hun em sua “caçada”.

Isso destoa bastante do tom adotado na primeira temporada e nos faz refletir sobre até que ponto pode-se ir para atingir seus objetivos? Ele está disposto a ir bem mais longe do que pensamos. 

Não entenda mal. A segunda temporada de Round 6 é acima da média, mas ela não está no mesmo patamar que a primeira, e deve funcionar bem melhor no momento em que a terceira temporada estrear. Como um todo, a série se manteve fiel a suas premissas, mas a mudança de tom e o “abandono” de tramas, mesmo que de forma temporária, afasta o espectador de criar empatia com personagens secundários, que rechearam a primeira temporada e nos fizeram torcer por eles.

Aqui, há um embate claro e crescente entre Gi-Hun e o Front Man, dois lados de uma moeda que é interessante por si só, mas poderia estar cercada de tantas outras boas histórias, das quais vemos apenas relances.

A segunda temporada de Round 6  já está disponível na Netflix. 

Com informações de Comic Book Resources e Forbes