Notícias 25 outubro, 2023
por Redação PerifaCon

“Os filhos dos outros” – A madrasta nem sempre é a vilã da história

Uma história de amor que vai além do clichê do amor romântico

 

Texto por Mychelle Santos

No mercado audiovisual não é incomum os papéis das madrastas serem representados por mulheres más, oportunistas, vingativas, interesseiras e que não gostam dos filhos de seus cônjuges (“Cinderela” que o diga), alguns desses papéis também são representados por mulheres bonitas, mas apenas isso, beleza sem inteligência alguma.

Em “Os filhos dos outros”, filme com a direção de Rebecca Zlotowski, essa ideia é descartada e uma face mais humanizada das madrastas é apresentada. Rachel (Virginie Efira) é uma mulher de 40 anos que dedica a sua vida a ensinar outras crianças, seu maior sonho é ser mãe – sonho difícil de ser alcançado devido a menopausa – e esse desejo aumenta quando se apaixona por Ali (Roschdy Zem), um homem que tem uma adorável filha chamada Leila.

Conforme seu relacionamento com Ali foi se intensificando, Rachel vê uma oportunidade de se aproximar da garotinha, fazer Leila gostar dela era um desafio que a professora estava disposta a enfrentar. 

Vemos a esperança da protagonista atrelada à ideia de Leila ocupar em sua vida um papel de filha, também vemos a sua frustração ao perceber que não poderia preencher esse vazio. Rachel se vê sempre cuidando dos filhos dos outros, nunca dos seus, seu relacionamento com Ali está em jogo e sua idade interfere em seus objetivos. 

Em sua fotografia o longa se destacou na escolha das cores, essa seleção evidenciou  a tristeza da personagem principal e como ela estava sofrendo durante a luta pelo seu maior sonho,  entretanto, deixou a desejar no quesito “elementos sonoros”. Estes poderiam ser melhor desenvolvidos para causar uma imersão do telespectador na história, sinto que  o roteiro tinha um potencial maior. 

Apesar de tudo, “Os filhos dos outros” conta uma história que envolve muito sentimento, dor e esperança, uma boa aposta para quem quer fugir do enredo previsível e quer mergulhar num amor que vai além do romântico.