por Redação PerifaCon
O Sequestro do Papa – A família ou a alma?
Filme possui boas atuações, mas isso não é o suficiente para ser relevante
Texto por: Natalia Correa Conceição
Um filme italiano baseado em fatos reais do diretor e roteirista Marco Bellocchio, conta a história de um menino de família judaica que é levado pela igreja católica. Este era Edgardo Mortara, que foi batizado por uma funcionária da casa em segredo, esta era católica e acreditava que como o menino estava muito doente, se viesse a falecer iria para o limbo.
O longa começa um pouco confuso, pois seu título original é “Rapito” (Rapto), e aqui no Brasil ficou como “O sequestro do Papa”, porém não é o Papa que é sequestrado, mas sim o jovem Edgardo Mortara com apenas 6 anos de idade. Nesta época, havia uma lei que proibia não-católicos criarem crianças católicas, e como o pequeno Edgardo havia sido batizado pela empregada, ele então passou a ser católico.
Toda a narrativa é debatida sobre a premissa de: até onde a religião deve interferir na vida dos cidadãos? O Papa era a Lei, sendo assim mesmo os judeus não sendo cristão eram obrigados a respeitar a sua autoridade e seguir suas normas. A luta desta família durou anos e se misturou com a luta da unificação da Itália.
A atriz Barbara Ronchi (Marianna), e o ator Fausto Russo Alesi (Manolo), conseguiram expressar toda a dor, angústia, frustração e humilhação que uma mãe e um pai têm ao ter seu filho arrancado de seus braços.
Mesmo sendo um tema muito pesado, houveram cenas com pitadas de humor, em outros momentos fomos conduzidos a olhar as coisas por uma ótica infantil, o que trouxe um toque de leveza e simplicidade. O diretor foi muito feliz no modo que abordou o radicalismo religioso, mostrando que não é a religião o problema, mas sim os homens que a usam para controlar os outros.
O filme esta disponível apenas no REAG Belas Artes