Banner 13 setembro, 2024
por Redação PerifaCon

O RAP COMO OBRA IMORTAL: 28 ANOS APÓS A MORTE DE TUPAC SHAKUR E SEU LEGADO RESISTE AO TEMPO E GERAÇÕES 

O rapper, que teria 53 anos hoje, permanece em evidência não só pelas polêmicas que marcaram sua vida, mas também pelo impacto duradouro de sua obra, que segue inspirando novas gerações e resistindo ao tempo.

 

Por Thayná Diaz 

Nascido no Harlem, bairro negro de Nova York, Tupac Shakur marcou o dia 13 de setembro com sua morte precoce, encerrando uma carreira que teve uma ascensão meteórica e consolidou sua relevância na cultura hip-hop. Filho de Afeni Shakur e Billy Garland, Tupac foi inicialmente registrado como Lesane Parish Crooks para evitar que o governo o rotulasse como uma “ameaça à sociedade” devido à associação de seus pais com o movimento dos Panteras Negras.

O nome era uma homenagem a Carol Jean Crooks, carinhosamente chamada de “Crooksie”, uma ex-companheira de cela e amiga querida de Afeni. Essa conexão influenciou diretamente a visão de mundo do rapper, cuja música frequentemente transmitia uma mensagem de orgulho racial e resistência, ecoando o ativismo dos Panteras Negras da década de 1960.

Sua carreira musical começou nos anos 90 com o álbum de estreia 2Pacalypse Now (1991), que abordava temas controversos e relevantes, como a dura realidade das comunidades negras. A canção “Brenda’s Got a Baby”, por exemplo, falava sobre a gravidez precoce de uma jovem de 12 anos, destacando problemas sociais e desigualdades. Outros temas polêmicos e relevantes também foram discutidos através do olhar crítico do rapper, fazendo dele um dos maiores nomes da música na época.

Nos anos seguintes, Tupac consolidou sua posição como um dos maiores nomes do rap com os álbuns Me Against the World (1995) e All Eyez on Me (1996), que solidificaram sua presença como uma voz proeminente no rap e renderam certificações de platina e diamante, além de garantir seu nome no topo das paradas dos Estados Unidos.

No entanto, durante esse período de sucessos, sua vida pessoal foi marcada por uma série de conflitos legais e brigas públicas. O primeiro grande conflito ocorreu em 1992, quando Tupac foi detido após um incidente envolvendo a morte de uma criança. Em 1994, ele sofreu um assalto em um estúdio de gravação, e no ano seguinte foi condenado por agressão sexual, cumprindo nove meses de uma sentença de quatro anos.

O rapper foi assassinado em Las Vegas, em um tiroteio que até hoje levanta dúvidas e teorias conspiratórias. Embora seu assassinato tenha sido ligado a conflitos de gangues, o crime nunca foi completamente solucionado, alimentando a narrativa de que Tupac representava algo maior. Para muitos, ele não foi apenas mais uma vítima de um ciclo de violência, mas um homem negro cuja mensagem de resistência se tornava tão ameaçadora que sua morte parecia inevitável.

Vinte e oito anos após sua morte, Tupac Shakur ainda ressoa com força, refletindo sua influência duradoura e a importância de sua obra na luta contra a opressão. Embora outras pessoas contem sua história, nenhuma o faz com a mesma potência. Mais do que uma figura da indústria da música, o rapper era um porta-voz das comunidades negras e dos marginalizados, um crítico feroz das opressões sociais, e tudo isso o tornou resistente ao passar do tempo. Imortal.