por Rodrigo Bastos
Ms Marvel, Kamala Khan e séries adolescentes
Ontem (15) foi ao ar o segundo episódio da mais recente série do MCU, ‘Ms Marvel’, é uma das melhores adaptações de séries jovens que a gente pode ter, até agora. Com um ar de uma série nova, leve e que quer elevar teu humor (sem necessariamente ser somente sobre comédia), Ms Marvel é diferente […]
Ontem (15) foi ao ar o segundo episódio da mais recente série do MCU, ‘Ms Marvel’, é uma das melhores adaptações de séries jovens que a gente pode ter, até agora.
Com um ar de uma série nova, leve e que quer elevar teu humor (sem necessariamente ser somente sobre comédia), Ms Marvel é diferente de todas as séries da Disney+ que estão integradas no MCU lançadas até agora, e esse talvez seja seu maior feito. Com uma série que tem um objetivo claro e com a ideia nítida de que público quer alcançar e que linguagem quer ter. Ms Marvel é exatamente o que os trailers nos fazem querer ver, uma jovem Paquistanesa no meio da sua adolescência com seus amigos buscando entender a vida e toda a confusão de sentimentos que ser adolescente é.
E foi só adicionar os poderes de Kamala (que na série tem uma origem diferente e funcionam de um jeito diferente) que a gente tem a perfeita mistura pra te entreter, torcer, rir, e às vezes querer puxar a orelha da Kamala por ser tão ingênua. Mas vamos falar um pouco da sua origem. Vinda direto dos quadrinhos da Marvel, Kamala Khan é uma das jovens heroínas introduzidas na última década que mais se conectou com o público porque conseguiu trazer uma representatividade de paquistaneses num solo americano em uma adolescente crescendo e lutando pra entender seu lugar numa família extremamente ligada a sua cultura e seus amigos e influências diárias que fogem disso. O quadrinho da Ms. Marvel fala muito sobre ela se aceitar seja no seu lugar social ou no seu próprio corpo, e esses dois primeiros episódios da série conseguiram nos mostrar que isso está presente lá e ainda é tão importante quanto toda a parte superpoderosa.
Todas as dúvidas que se tinham sobre os poderes e a mudança de como eles se comportam ficam totalmente em segundo plano porque não são um fator que te faz estranhar a série. Seus poderes e como eles são mostrados fazem tanto sentido, ou às vezes mais, quanto sua origem nos quadrinhos. E em primeiro plano fica com certeza a atuação da Iman Vellani e a dinâmica dela com sua família e amigos. Vellani com certeza nasceu para o papel, seu carisma, seu sorriso contagiante e sua linguagem corporal são um casamento perfeito com a personalidade de Kamala e suas trapalhadas e inseguranças. Kamala é uma jovem que cresceu em um mundo de super heróis e crescer em um mundo de salvadores de universo se torna fator de adoração, afinal, heróis são celebridades.
No final do segundo episódio a gente tem introdução ao plot envolvendo o aparecimento dos seus poderes, pelo bom e pelo ruim. Enquanto temos flashes de uma visão dos antepassados de Kamala, temos também uma agência do governo querendo capturá-la. E aí começa a jornada de uma adolescente Paquistanesa que tenta lidar com ter sentimentos confusos por garotos, ter que ir bem na escola e ter que aprender a usar seus poderes para o bem, que pode parecer algo tão bom e glamuroso por um lado mas que tem todos os medos e dores que ninguém vê.
Com excelentes efeitos, uma direção que usa muito de ângulos e lentes para diferenciar ambientes, olhares e sentimentos, Ms Marvel com certeza é uma série pra você ver, se sentir bem, lembrar de como era ser adolescente na sua época, ou se você é adolescente agora, se relacionar com o que ela passa e sorrir um pouco. Diferente das séries que vieram antes, Kamala está aqui pra te entregar algo num ritmo e num teor muito mais leve, sem deixar de falar de assuntos importantes com a responsabilidade que eles precisam.