Banner 20 janeiro, 2025
por Giulia Cardoso

MMA: Meu Melhor Amigo é uma comédia com Coração

Marcos Mion encara paternidade e autismo em uma jornada divertida e previsível, mas cheia de alma e boas risadas.

 

MMA É O MEU OVO!. Sim, essa foi uma das frases ditas ao longo do filme “MMA: Meu Melhor Amigo”, o engraçado é que essa, e a frase “Ai, tomara que não dê”, representam muito bem essa produção. 

O filme acompanha a história de um lutador famoso que, após entrar em declínio profissional, se prepara para uma grande luta. No meio desse processo, descobre algo que muda completamente sua vida: ele tem um filho de 8 anos, que é autista. O que poderia ser apenas um drama previsível se transforma em uma narrativa carismática e significativa sobre paternidade.

Sim, isso é uma resenha positiva de MMA, mas não pelos motivos óbvios. Não, Marcos Mion não é o melhor ator do Brasil, e o roteiro passa longe de ser conciso ou brilhante. Ainda assim, o filme – mesmo com suas duas horas de duração – consegue manter algo raro nos dias de hoje: coração.

Ele é uma produção com alma, além de ser uma comédia que não recorre a ofensas e xenofobias para fazer seu público rir. Na verdade, é tão previsível e besta que as gargalhadas são certas. 

É possível saber a trama inteira com apenas 5 minutos de filmes, principalmente se você viu algum dos filmes do Rocky Balboa. Vale dizer que, durante a coletiva de imprensa, o Marcos Mion menciona que esses filmes foram uma grande inspiração para ele fazer essa história. 

A direção de José Alvarenga Júnior é competente e criativa, especialmente ao retratar os ataques de ansiedade de Bruno (Guilherme Tavares, que interpreta o filho do lutador). Esses momentos são envolventes e bem conduzidos, assim como as cenas de luta, que conseguem ser simples e eficazes, sem exageros ou falsidades.

Mesmo não conhecendo tão bem o espectro autista, vale dizer que o filme tem uma abordagem sensível. Algo que ocorreu devido às discussões entre a produção e o Marcos Mion. 

Os pontos fracos estão, sem dúvida, no roteiro: relações simplistas, viradas pouco impactantes e uma carga dramática rasa. Felizmente, isso não diminui a diversão e o sorriso que o filme deixa ao subir dos créditos.

O filme já está em cartaz (Vejam no cinema!!!!!)