Banner 11 julho, 2024
por Redação PerifaCon

Lucas Ponce: A Magia da Arte Urbana na Zona Norte de SP 

Com ilustrações que trazem à tona uma fusão de várias influências do grafite, cultura de rua, mangá e cyberpunk, Ponce continua a expandir seus horizontes e a influenciar a cena artística de São Paulo.

 

Por Thayná Diaz

Lucas Ponce, 28 anos, emerge como uma figura proeminente na vibrante cena de arte urbana de São Paulo. Como ilustrador e grafiteiro, encontrou nas ruas da zona norte de São Paulo, no Jardim Joamar, a tela perfeita para expressar sua criatividade.

Formado em Design Gráfico pela Faculdade Paulista de Artes em 2016, Lucas começou sua jornada artística deixando sua marca com a tag PIX, – uma assinatura estilizada usada para marcar a presença do artista em diferentes locais –, que agora evoluiu para simplesmente Ponce.

Desde jovem, Lucas mostrava um talento excepcional para o desenho. Aos 11 anos, já criava seus próprios gibis, revelando uma habilidade precoce que mais tarde seria refinada e expandida para incluir o grafite e as ilustrações. Suas obras são uma fusão de diversas influências, como grafite, cultura de rua, mangá e cyberpunk, celebrando a vida urbana com uma estética dinâmica e frequentemente crua. Durante o ensino médio, seu interesse pelo desenho se uniu ao grafite, complementando sua formação em Design, área na qual Ponce também contribui com participações em feiras geek e de arte.

Uma observação interessante é como suas redes sociais apresentam uma transição fluida entre projetos vibrantes e imagens em preto e branco, criando um conjunto harmonioso e cativante. Apesar de sua natureza tímida, Lucas Ponce continua a ampliar seus horizontes e a influenciar a cena artística de São Paulo, sempre em busca de novas inspirações e maneiras de compartilhar sua perspectiva única do mundo. Ele nos permitiu um vislumbre mais íntimo e pessoal de seu processo criativo e de sua jornada artística.

O processo criativo – Lapiseira, borracha, caneta preta e folha em branco: ‘Já tô feliz com isso’.

Ao ser perguntado sobre suas fontes de inspiração para criar as obras, a música é sua principal energia. Ele se conecta profundamente com o hip-hop, rap e soul, citando a música “Salve”, de Tommy Guerrero como algo que vem ouvindo mais ultimamente. Ele descreve como os sons ajudam a moldar suas ideias e a dar vida às suas criações, tornando-se uma parte essencial de seu processo artístico. Já no campo das figuras de referência, além da música, Lucas admira Akira Toriyama, o criador de Dragon Ball, como uma figura inspiradora. Para ele, Toriyama vai além de ser um mestre do desenho; é um ícone cujo universo imaginativo transcende fronteiras culturais e temporais, enriquecendo sua própria expressão artística com suas histórias e personagens icônicos.

‘Pra mim, ele é o desenhista símbolo…o universo que ele criou (além de Dragon Ball) é muito mais rico’.

Curiosamente, Lucas tem uma abordagem pessoal em seu processo de criação. Ele não revisita obras inacabadas, preferindo dar tempo e espaço para que suas ideias amadureçam naturalmente. Esses períodos de afastamento são essenciais para ele, permitindo uma reflexão profunda e aprimoramento de suas visões artísticas.

O principal ponto do seu trabalho é de retratar a realidade, mas com o seu filtro.

“Busco sempre desenhar coisas que meu eu de 10 anos gostaria de ver, é como um resgate a ótica da infância, onde tudo é empolgante.”

Lucas Ponce não é apenas um artista de ruas; ele é um contador de histórias urbanas, cujo trabalho reflete não apenas suas habilidades técnicas, mas também sua paixão pela cultura e pela vida urbana. Sua arte não é apenas visual, é uma experiência sensorial que ressoa com quem se depara com ela, convidando todos a explorarem os ritmos e narrativas que definem sua cidade e seu mundo interior. Sua arte segue capturando cenas e personagens que ressoam com o cotidiano das ruas, não é apenas uma forma de expressão pessoal, mas também um meio de se conectar com a comunidade e o ambiente que o cerca.