por Giulia Cardoso
“Longlegs: Vínculo Mortal” utiliza o investigativo para causar tensão e aflição
O terror é sim excelente, mas não merece o título de “melhor da década”
Quando um filme está sendo vendido como “O melhor terror da década”, ele corre alguns riscos. Principalmente quando lembramos o quão difícil é agradar os fãs de terror e as pessoas que só estão passeando no shopping e desejam ver um longa. Chega a ser injusto para “LongLegs: Vínculo Mortal” ser colocado nesse pedestal, afinal essa posição exige que ele atenda altas expectativas, caso contrário, o desprezo será seu destino.
Ele é estranho, incômodo e perturbador, contudo não é nada que já não tenhamos nos deparado antes. Nele, temos uma policial do FBI que está tentando solucionar o caso de “Longlegs” , um Serial Killer que mata famílias de maneiras bem intrigantes.
O filme flerta com o sobrenatural, ao mesmo tempo que trabalha em cima de um roteiro investigativo e é acompanhado pela a direção de OZ Perkins (“Maria e João: O Conto das Bruxas”, 2020), que traz uma lente grande angular quieta, passiva e observadora servindo para incomodar o espectador de maneira excelente. Fora isso, também temos uma fotografia contemplativa (e, até mesmo, um pouco lenta) cujo um dos objetivos é ajudar a elaborar planos tenebrosos como os presente no início do longa (além de render ótimas “prints” para páginas de cinema “aesthetic”).
Agora, tratar de sua narrativa e atuações são pontos delicados. A primeira é interessante, pois conduz quem assiste durante 1h40 sem entediá-lo e possuindo poucas barrigas, mas tem conclusões um pouco fáceis e que podem sim desagradar.
Já os personagens…digamos que alguns são melhores que outros, Nicolas Cage (que faz o serial killer) está bem solto no papel, isso funciona para colaborar com o desconforto, porém flerta com o cômico, então não estranhe se você der umas risadinhas de nervoso. Maika Monroe (Lee, a policial) é o ponto baixo, ela está apática e com cara de choro, sendo apenas uma versão piorada de Jodie Foster em “Silêncio dos Inocentes”.
Em conclusão, “Longlegs” é uma ótima pedida para o final de semana e, aonde quer que seja visto, irá ficar grudado na mente por algumas horas
O longa já está disponível nos cinemas