Banner 14 julho, 2024
por Redação PerifaCon

Ju Kawayumi: Carismática, Ousada e Vibrante

Conheça a artista que estará presente no beco dos artistas na PerifaCon 2024, nos dias 27 e 28 de Julho

 

texto por: Natalia Correa

Julia Mayumi Kawamura ilustradora, designer, motion designer, periférica, nascida e criada na Zona Sul de São Paulo, com idas e vindas entre os bairros São Luiz e Cidade Dutra/Interlagos. Terminou a escola com 16 anos, deu início a faculdade de Audiovisual e, hoje, com 24 anos, trabalha na Disney Brasil. 

Ao longo de nossa entrevista, ela conta que com 14 anos, decidiu entrar para o mundo das artes pois acreditava que as faculdades de design já estavam saturadas, optando por ingressar em audiovisual. 

Durante seus estudos trabalhou em telemarketing, afinal precisava pagar as contas. Mesmo com a família ajudando em sua faculdade ela tinha que fazer seus próprios “corres”, nessa época o salário era pouco e ganhava um vale refeição de 7 reais por dia, sendo o valor que tinha para se alimentar. Quando foi demitida, tentou um estágio, que não veio, então decidiu, “se não aparecer nada em 2 meses, volto para o telemarketing”.

Foi quando decidiu arriscar. Com seu conhecimento em photoshop, se jogou em uma vaga de designer, e, um trabalho que inicialmente acreditava ser tedioso, descobriu ser algo fascinante. A designer se sentiu acolhida, mesmo ganhando pouco e fazendo muitas funções, se viu apaixonada por esse mundo.

Origem do nome e estilo

Ju Kawayumi, nasceu da mistura de seu segundo nome “Mayumi” e sobrenome “Kawamura”, Como existiam muitas Ju Mayumis e muitas Ju Kawamuras, falei por que não criar um nome? (…) então eu criei o Kawayumi”, diz a artista. 

Como um espírito livre, ela gosta de se destacar por isso optou por uma paleta enxuta e vibrante que a ajuda a ser ousada, pois acredita que as pessoas tem medo de ousar. Ela também confessa que no começo usava tons pastéis, mas conforme foi ganhando confiança e procurando um modo de se destacar, notou que o vibrante dava um toque mais único. Somando a todas as outras características, e também suas influências da cultura asiática, artes drag queens e tatuagens, ela consegue nos mostrar quem é a Julia.

“Eu vejo Drag Queen assim, principalmente em RuPaul’s Drag Race e elas trazem looks incríveis e ousados e eu fico meu Deus! Eu quero trazer isso de alguma forma pra minha arte então, fico muito inspirada e com vontade de desenhar”

Referências

Suas referências também são Paula Cruz, devido sua inteligência e conhecimento compartilhado em seus cursos, e Camila Rosa que traz um trabalho único e poucas cores. “Quando eu comecei a entrar na carreira e procurar pessoas pra me inspirar essas foram as duas pessoas que eu olhei e falei: ‘tá eu quero ser igual a elas, quero fazer tudo que elas fizeram’”, complementa

Julia diz que conseguir realizar seu sonho de ilustrar a capa de um livro, foi um dos momentos que mais marcaram a sua vida, inclusive, outro desses foi poder estar ao lado da sua referencia, Paula Cruz, no livro “Histórias de Ninar para Garotas Rebeldes – 100 Brasileiras Extraordinárias”, no qual teve a honra de ilustrar a Iana Chan, fundadora do PrograMaria, e a Raissa Leal skatista e medalhista olímpica brasileira. 

“Eu fiquei muito feliz por que é um projeto incrível, as ilustradoras que participaram também são mulheres incríveis e fiquei lisonjeada de ter sido chamada. Quando houve o convite, eu pedi para ilustrar uma mulher japonesa ou asiática, por que tem isso de representatividade. Eu queria poder ilustrar quem eu pudesse me reconhecer”

Além de representatividade e reconhecimento, a valorização do trabalho também é uma pauta muito importante para a Kawayumi, “Quando você recebe por isso é uma valorização também do financeiro, sabe? isso é muito importante, porque não é fazendo as coisa de graça que a gente vai pagar nossas contas, a gente também tem uma vida, a gente também tem que pagar as coisas, sabe? é o equilíbrio tanto financeiro quanto psicológico mesmo”

Dicas para iniciantes

Para os iniciantes ela diz que o processo é muito individual, e depende muito de como nos sentimos em relação aos sentimentos negativos, pois em seu processo ela sentia que nunca teria espaço, se sentia insegura com seu trabalho e achava que não se dedicava o suficiente.

“mas também eu olhava pra pessoas que eram anos mais velhas que eu, que tinham mais experiências que eu, então não dava pra se comparar com essas pessoas e achar que a vida dela foi um morango, por que as vezes não foi, as vezes essa pessoa também teve que batalhar muito pra conseguir chegar onde ela chegou”

Tendo sempre em mente que cada trajetória é única, a artista afirma que para se desenvolver o iniciante deve sim olhar os veteranos, mas sempre em parâmetros de inspiração, e nunca de comparação, “existe espaço pra todo mundo e precisa treinar, persistir, estudar, praticar todo dia, até a pessoa conseguir chegar no objetivo dela”. Ela afirma também que antes de mais nada você deve ser seu fã numero 1”

Ela estará presente no beco dos artistas na PerifaCon 2024, nos dias 27 e 28 de Julho mostrando toda a sua ousadia e autenticidade em várias Ilustrações que estarão disponíveis ao público.