‘Homem-Aranha: Através do Aranhaverso’ prova mais uma vez como fazer uma história em quadrinhos na tela

5 anos após o lançamento de Homem-Aranha no Aranhaverso, o novo filme a nova animação do Miles Morales chega e prova que o que era insuperável foi superado. 

É impossível negar que Miles Morales se tornou muito popular nas mídias devido ao filme lançado em 2018. Embora ele tenha aparecido nos quadrinhos da Marvel em 2011, o personagem foi se tornando conhecido entre os leitores de quadrinhos e ganhou o mundo em 2018, quando a animação fez um grande sucesso e conquistou o público. 

Desta vez, em Homem-Aranha Através do Aranhaverso, Miles precisa lidar com escolhas, principalmente por estar mais crescido e longe dos amigos que conheceu anteriormente. Ao mesmo tempo, ele ainda precisa lidar com a vida de super-herói e também a responsabilidade de estar presente com a família, que não sabe que ele é o herói da vizinhança. 

Por outro lado, a Spider-Gwen também precisa lidar com uma questão muito complicada que houve em seu universo, onde ela precisa superar traumas e lidar com sua relação com o pai. E essa é a grande chave do filme.

O filme aborda muito bem como cada personagem está lidando com a solidão. Miles é um rapaz que está lidando com a vida de herói e ao mesmo tempo está presente na família, que precisa pensar no futuro e que ao mesmo tempo tem medo de explicar a grande verdade para os pais. Isso mostra que o filme segue fielmente o que é assumir o manto do Homem-Aranha, que sempre foi abordado nos quadrinhos e mídias. 

E sobre a história do filme, posso dizer que tudo é tão amarrado e bem feito que parece surreal de tão bem escrita que é. Quando o filme une o protagonista a outros personagens, é aí que o filme mostra que sabe divertir o público e fazer com que tudo faça sentido, entregando cenas divertidas, icônicas e que vão deixar qualquer fã do personagem muito feliz e animado. 

E os outros personagens do filme são bem interessantes. Nós fomos apresentados a diversas versões do Homem-Aranha no primeiro filme, só que aqui, a gente se depara com uma infinidade de personagens que agradam o público apenas com uma pequena aparição. 

Todos os personagens são bem divertidos e o mais incrível é que são personagens diversos. Dessa vez temos Jessica Drew, a Mulher-Aranha, como uma mulher negra. Também temos o Pavitr Prabhakar, o Homem-Aranha Indiano, a Aranha-Byte e o Aranha-Punk, que aqui é um dos personagens mais incríveis do filme. Já sobre o Miguel O’Hara, o Homem-Aranha 2099, a gente tem um personagem muito interessante e que promete ser um grande antagonista. Na verdade, ele é um grande mistério, e por mais que seja claro os objetivos dele, o filme não foca tanto assim no personagem. Talvez essa escolha seja porque o filme terá uma segunda parte. 

Já o Mancha também é um dos vilões do filme e aqui eles fizeram um vilão super irrelevante do Homem-Aranha ter uma história interessante e bem feita. Obviamente foi uma escolha muito interessante usar um personagem tão esquecido do público, provando que o roteiro do filme é muito bem construído. 

E se você ficou surpreso com as técnicas de animação no filme de 2018, aqui você tem algo muito grandioso. Os traços do filme são lindos e isso se une a uma arte maravilhosa, que faz com que a gente se sinta dentro de páginas de quadrinhos. Os personagens possuem texturas próprias, as cores são bem fortes e coloridas e também existe uma mistura de formas de desenho. 

A trilha sonora do filme segue sendo tão incrível como a primeira. As músicas encaixam perfeitamente no filme e nos traz uma sensação de grandiosidade, mostrando que o filme tem muita personalidade e deixando sua marca registrada. 

Homem-Aranha: Através do Aranhaverso é um filme que promete e entrega. Ele prova, mais uma vez, que possui uma qualidade gigantesca e que é possível contar uma boa história e conquistar o público com uma narrativa muito bonita, que ultrapassa o básico de filmes de super-heróis em live-action. 

O filme entrega um ótimo entretenimento e também prova mais uma vez que é lindo ver diversidade na tela, que precisamos ver novas histórias sendo contadas a partir de personagens não-brancos.