Colunas: Filmes e Séries 5 fevereiro, 2025
por Giulia Cardoso

Covil de Ladrões 2: Um filme que tropeça de forma charmosa

Apesar do roteiro genérico e da narrativa arrastada, a sequência entrega momentos de ação criativos e um charme involuntário, digno de um sábado chuvoso.

 

Trouxe aqui um filme perfeito para assistir em um sábado chuvoso com a família. Estrelado por O’Shea Jackson Jr. e Gerard Butler, Covil de Ladrões 2 retoma a história de Donnie e Big Nick, que, desta vez, estão planejando roubar um dos bancos mais importantes da França.

Essa história genérica é acompanhada de um filtro amarelo muito forte – UAU, não é no México! – além de diálogos simples e atuações questionáveis. Esses elementos tiram pontos do filme, mas também conferem um certo charme. Afinal, filmes medianos fazem parte da trilha sonora de uma noite de pizza ou do primeiro encontro de um jovem casal.

A narrativa desta continuação é extremamente arrastada. Demora cerca de uma hora (sim, eu contei) para as coisas começarem a acontecer. Nesse primeiro momento, há apenas muito drama desinteressante e cenas soltas que pouco aprofundam os personagens.

Inclusive, um dos aspectos mais singulares do design do filme está nos óculos escuros – todos os atores usam esse acessório em algum momento. Sei que a ideia era transmitir poder, mas acabou virando uma competição para ver quem faz a melhor cara de badass.

A direção cria momentos criativos. Dá para perceber que Christian Gudegast se dedicou a construir uma ação mais realista, resultando em sequências tensas (a do roubo ao banco é uma das mais legais). Há também momentos de humor, impulsionados pelo carisma de Butler, que, sem o apoio do roteiro e da direção, poderiam facilmente passar despercebidos.

No fim das contas, este filme sobre roubo não está entre os mais divertidos do gênero, muito menos entre os mais criativos. É fácil lembrar de um nacional, PassaGrana, que executa essa mesma ideia de forma superior.

O longa já está disponível nos cinemas.