por Redação PerifaCon
Billie Eilish quebra recorde e arrebata público no Brasil
Após o cancelamento de shows no Brasil pela pandemia de COVID-19, Billie Eilish finalmente se apresentou no país para mais de 100 mil pessoas no Lollapalooza. Entrando com um salto no meio do palco – literalmente -, a norte-americana Billie Eilish surge diante da multidão reunida para a sua apresentação única em São Paulo, como […]
Após o cancelamento de shows no Brasil pela pandemia de COVID-19, Billie Eilish finalmente se apresentou no país para mais de 100 mil pessoas no Lollapalooza.
Entrando com um salto no meio do palco – literalmente -, a norte-americana Billie Eilish surge diante da multidão reunida para a sua apresentação única em São Paulo, como uma das headliners do Lollapalooza na sexta do dia 24 de março.
A vinda da cantora de 21 anos ao Brasil era muito aguardada. Muito mesmo. Ela faria duas apresentações no Brasil em 2020, com a turnê do seu disco de estréia e vencedor de três prêmios Grammy, When We All Fall Asleep, Where Do We Go?. Mas as apresentações foram canceladas pela pandemia de COVID–19 que assolou o mundo. Desde então, havia uma grande ansiedade para que a norte-americana anunciasse novas datas no país. E agora, com a turnê do seu segundo disco, Happier Than Ever,, ela finalmente veio ao Brasil.
Ovacionada pela multidão que a aguardava no palco principal do festival, Billie Eilish abriu o show com burry a friend, um dos grandes sucessos de seu álbum de estréia. A sequência de I Didn’t Change My Number, NDA e Therefore I Am, canções de Happier Than Ever, levou Billie para a passarela do palco enquanto aplatéia cantava junto, a plenos pulmões. Enrolada em uma bandeira do Brasil, ao cantar Billie Bossa Nova, a ode da artista ao ritmo, a canção parece ganhar novos contornos em um show no Brasil. Em entrevista ao g1, a artista comentou sobre sua paixão por bossa nova e de se sentir honrada pela menção dela e de seu irmão na canção Anjos Tronchos de Caetano Veloso.
O repertório do show não se limitou aos dois discos de Billie, também comportando singles e canções fora de discos, e músicas de seu EP Don’t Smile at Me – lançado quando a artista tinha seus então 15 anos de idade -, como idontwannabeyouanymore, bellyache e Ocean Eyes.
Durante a apresentação houve diversas falhas técnicas nos telões laterais do palco. Enquanto cantava um de seus maiores sucessos, you should see me in a crown, os telões travaram em uma imagem de Billie que, ao se ver, perdeu a pose e não conseguiu segurar o riso e perguntou se o público havia visto.
Mas Billie não é a única estrela de seu show: seu irmão mais velho e parceiro desde o início na música ainda na pré-adolescência, Finneas, é um grande destaque. O músico compõe e produz junto da irmã desde que ela era uma pré-adolescente, roda o mundo tocando em seus shows e também vem lançando trabalhos solo. Para o momento acústico do show, ele é convocado pela irmã para juntar-se a ela e seu violão – e é imediatamente aclamado pelo público quando ele, a pedido dela, cumprimenta o público. Billie canta um trecho de wish you were gay, que não era apresentada desde 2020, e emenda com i love you e Your Power.
Se Billie disse, ao lançar o álbum, que Oxytocin era a sua “música de festival”, no show isso fica óbvio com a multidão que, a pedido da artista, se abaixa para então pular, juntos, ao som da batida. Até quem assistia o show nas áreas mais inclinadas de morros não pôde se conter e rejeitar o pedido da artista que, naquele momento, quebrava o recorde de público da edição brasileira do festival, com mais de 103.300 pessoas em seu show. Eram tantas pessoas que, durante o show, era praticamente impossível mensurar tal número.O recorde anterior pertencia ao show de Miley Cyrus na edição de 2022, com cerca de 103 mil espectadores.
Esbanjando simpatia e entusiasmo durante todo o show, Billie conversou muito com o público. Disse sobre como estava ansiosa em, finalmente, poder dizer “oi” para o Brasil. Não se cansou de dizer o quanto amava o público. Também agradeceu todo o apoio e amor que recebe dos fãs brasileiros, e que eles provavelmente foram os seus primeiros fãs para além da sua família: ela destacou que a página Billie Eilish Brasil foi primeira página de fãs que foi criada sobre ela em todo o mundo, e que muitos dos primeiros comentários que recebia em suas redes no início de carreira eram de fãs do Brasil.
Ao cantar a canção Getting Older, os telões eram preenchidos por imagens da cantora durante a sua infância e em diferentes momentos com sua família. Seus pais, inclusive, viajam junto dela e do irmão durante a turnê. Um momento curioso foi que alguns fãs filmaram o pai da artista, Patrick O’Connell, limpando o palco antes do show.
O imenso sucesso bad guy colocou todos para pular e cantar, mas sem dúvidas um dos momentos mais aguardados do show era o número final, Happier Than Ever. A canção, que é uma poderosa balada que mescla elementos de rock, punk e soul, foi cantada pelas mais de 100 mil pessoas presentes do começo ao fim. Na segunda parte da música, quando ela “explode”, Billie corre pelo palco enquanto canta, e a plateia não só grita como também dança, pula, chora, vive aquele momento e todos os sentimentos que a canção traz. E após toda essa catarse, era hora de se despedir da artista.
A Happier Than Ever Tour já passou pela Europa, América do Norte, Ásia e Oceania. O show do Brasil fez parte da perna sul-americana do show, com apresentações também no Chile, Colômbia, Paraguai e Argentina. O registro oficial da turnê, gravado em junho de 2022 na O2 Arena em Londres, foi exibido nos cinemas de todo o mundo em 27 de janeiro deste ano – e fica a expectativa de que seja disponibilizado em alguma plataforma de streaming.
Na maioria das vezes em que alguém fala sobre estar impressionado com “essa nova geração”, tanto para elogiar quanto para criticar, parece ter um certo constrangimento no tom. Mas começo aqui destacando a minha surpresa com essa nova geração de artistas que, já tão jovens, vem construindo carreiras versáteis e explorando diversas possibilidades em sua arte. E o caso deBillie Eilish, bem como o de Lil Nas X, é um ótimo exemplo disso. Se no primeiro disco ela portava uma persona um tanto mais soturna e rebelde, com o Happier Than Ever ela se permite refletir mais sobre o próprio amadurecimento, paixão, luto, sexismo e experiências da fama, de forma quase catártica. Essa forma visceral e honesta das composições da artista, ao meu ver, é um dos pontos chave da conexão que ela consegue estabelecer com o público. As canções intimistas, muitas vezes sussurradas e que foram compostas, muitas vezes, em seu quarto, se tornaram pontes com pessoas de todo o mundo e de diferentes origens e idades. Agora, fica a expectativa não só de uma nova vinda de Billie Eilish ao Brasil, mas também de seguir acompanhando os seus próximos trabalhos e descobrir quais outros aspectos de seu mundo ela irá compartilhar por meio da sua arte.
Setlist:
1. bury a friend
2. I Didn’t Change My Number
3. NDA
4. Therefore I Am
5. my strange addiction
6. idontwannabeyouanymore/ lovely
7. my future
8. you should see me in a crown
9. Billie Bossa Nova
10. GOLDWING
11. xanny
12. Oxytocin/ COPYCAT
13. ilomilo
14. wish you were gay
15. i love you
16. Your Power
17. TV
18. bellyache/ ocean eyes/ Bored
19. Getting Older
20. Lost Cause
21. when the party’s over
22. all the good girls go to hell
23. everything i wanted
24. bad guy
25. Happier Than Ever
Texto por Leonardo Rodrigues
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