
por Redação PerifaCon
A Guerra de Rohirrim representa o legado de Senhor dos Anéis?
A animação revive o universo de Tolkien com um toque oriental que pode encantar ou causar estranhamento nos fãs mais puritanos da obra.
Texto por: Pierre Augusto
O universo criado por J. R. R. Tolkien é um dos mais ricos da cultura pop, marcando tanto a literatura quanto o cinema. Justamente por isso, tivemos o lançamento de “A Guerra de Rohirrim”, uma animação que dá vida à história contada nos apêndices do romance “O Senhor dos Anéis”.
A trama não foge do que esperamos de Tolkien: o clássico maniqueismo está aqui, mas com um pano de fundo de vingança.
Acompanhamos a história pela perspectiva da personagem Hera (Gaia Wise), filha de Helm Mão-de-Martelo (Brian Cox, de “Succession”), Rei de Rohan, que se envolve em uma guerra com o jovem Wulf (Luke Pasqualino, de “Medusa Deluxe”). Ele busca vingar a morte de seu pai, caçando e destruindo todos próximos de Helm.
O formato em que a história nos é apresentada é no estilo de conto, com Miranda Otto, nossa eterna Éowyn, fazendo a narração. Isso colabora com o visual lúdico que o anime transmite. Contudo, fãs que não estão acostumados com esse estilo podem estranhar bastante.
Os exageros já conhecidos da cultura dos animes estão mais do que presentes aqui e, apesar de combinarem com o estilo fantasioso de uma história muito antiga sendo contada por Éowyn, aqueles que lembram com nostalgia dos filmes podem torcer o nariz para os estereótipos orientais.
Outro ponto importante a ser abordado é o desenvolvimento dos personagens. Parte do que nos faz ter empatia e apego a determinada figura é poder nos enxergar através dela. A maneira mais comum de alcançar isso é mostrando personagens “humanos”, com erros e imperfeições. No caso de Hera, temos uma personagem perfeita: ela é diplomata, corajosa, uma princesa doce e simpática, além de uma guerreira espetacular – sobrevivendo a feitos absurdos.
Prova de tudo isso é o antagonista, Wulf, que, como qualquer figura vilanesca, é repleto de falhas, o que nos causa maior interesse em como ele reagirá a tais situações.Mas o ponto de maior destaque sempre será o universo de Tolkien. Ver novamente as características de sua criação e as referências aos filmes de Peter Jackson enche os olhos de qualquer fã, sendo impossível não se arrepiar com a trilha sonora.