por Andreza Delgado
Ryan Coogler é vítima de racismo ao tentar sacar seu próprio dinheiro
Ontem (09), o TMZ noticiou que em janeiro, em Atlanta, nos EUA, o diretor Ryan Coogler foi algemado e retirado do banco ao tentar sacar US$ 12 mil. Antes de falar da violência simbólica e física de ser preso tentando sacar seu próprio dinheiro, vale lembrar quem é Ryan Kyle Coogle. Ryan é o diretor […]
Ontem (09), o TMZ noticiou que em janeiro, em Atlanta, nos EUA, o diretor Ryan Coogler foi algemado e retirado do banco ao tentar sacar US$ 12 mil.
Antes de falar da violência simbólica e física de ser preso tentando sacar seu próprio dinheiro, vale lembrar quem é Ryan Kyle Coogle. Ryan é o diretor de Pantera Negra, filme que arrecadou U$1,3 bilhão em bilheteria superou o clássico Titanic nos Estados Unidos. O filme recebeu 7 indicações do Oscar, ganhando 3 estatuetas com Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Figurino e Melhor Design de Produção. Ele também é responsável pela produção do filme Judas e o Messias Negro, também indicado ao Oscar.
Mas ser responsável por um dos filmes do gênero quadrinhos com maior impacto cultural do século XXI indicado ao Oscar, ser premiado e ser reverenciado por grandes nomes do cinema, ainda não te protege de sofrer violência racial. O interessante é que Ryan desde pequeno sempre esteve envolvido em discussões raciais e de movimento social como seu pai, que sempre trabalhou como conselheiro de jovens encarcerados e também é membro fundador e apoiador da campanha Blackout For Human Rights, comprometida em lidar com violações raciais e de direitos humanos que ocorrem nos Estados Unidos.
Se eu pudesse encontrar Ryan e falar alguma coisa, lhe diria que seu legado é maior que qualquer momento de violência racial porque Pantera Negra não é apenas um filme sobre super-heróis. O impacto da produção que leva seu nome vai atravessar gerações, exatamente por apresentar a possibilidade para muita gente de se ver como herói. Um dos efeitos devastadores do racismo é minar a autoestima e as possibilidades para pessoas negras, por isso quando assistimos Boseman brilhantemente dar vida ao personagem de Stan Lee e Jack Kirby, vibramos com as novas possibilidades para o imaginário da representatividade.
Por isso defendo que esse momento é para podermos refletir sobre as violências raciais, mas não podemos colar a imagem de Ryan nesse episódio infeliz e que expõem que NÃO superamos as violações raciais, não importa se você é um garçom negro, uma criança negra, ou um premiado cineasta.