Banner 2 junho, 2022
por Talita Lopes

Love, Death + Robots Volume 3: Vale a pena dar o stream?

Love, Death + Robots é uma série original da Netflix que tem diversas animações e também é produzida por estúdios diferentes. Tendo Tim Miller e David Fincher em sua criação, a série foi lançada em 2019 fazendo bastante sucesso na plataforma por sua temática futurística, com alguns retratos processos evolutivos da humanidade. Trata-se de uma […]

 

Love, Death + Robots é uma série original da Netflix que tem diversas animações e também é produzida por estúdios diferentes.

Tendo Tim Miller e David Fincher em sua criação, a série foi lançada em 2019 fazendo bastante sucesso na plataforma por sua temática futurística, com alguns retratos processos evolutivos da humanidade. Trata-se de uma série antológica que reúne diversos estilos de animação, outras live-action, para contar histórias que envolvem amor, morte e robôs – literalmente. Mas não apenas esses assuntos, dentro deles estão tópicos inseridos que mexem bastante com um pouco de sensibilidade, outras envolvendo sexo, sangue, muita violência e sentimentos complexos da sociedade.

Para quem está familiarizado aos estilos de séries como Black Mirror, pode se identificar rapidamente com a forma em que os episódios são contados, além de que, cada episódio com histórias, enredos e personagens diferentes e bem particulares, deixam ao seu final uma mensagem filosófica e de caráter bastante reflexivo.

A terceira parte de Love, Death + Robots estreou na última sexta (20) e definitivamente agradou e impactou mais que o volume 2. Mesmo ainda não atingindo o nível de surpresa que foi a primeira temporada, definitivamente ainda são episódios que deixaram a sua marca – entre outros também que são bastante descartáveis.

O familiar formato do primeiro volume vai desde os títulos renderizados com os emojis até a variedade de diretores e estúdios de animação que lidam com os episódios. E embora cada história seja independente, existem elos temáticos entre eles. Nos nove episódios animados do volume 3, destacam-se a crescente diferença da humanidade em relação à tecnologia, uma total guerra por sobrevivência e nossa natureza frágil, criando atmosfera reflexiva sobre a evolução, sobre a solidão, e também colocando à prova a moralidade humana em situações distintas.

Reprodução: Netflix

Entre outras ações reflexivas dentro das histórias, os enredos têm como premissa mostrar a arrogância e a prepotência humana, que levará todos ao próprio fim. E sendo a maioria dos episódios ambientados em cenários pós-apocalípticos, a série nos mostra que nós mesmo nos mataremos aos poucos em quaisquer situações, já que a evolução parece estar acontecendo de forma decrescente. E que de qualquer forma permaneceremos sozinhos.

Embora não tenha existido muita mudança em termos de roteiro e pouca profundidade na narrativa que repete os temas em quase todos episódios, a série continua fazendo um belíssimo trabalho com a computação gráfica. Todos os curtas são feitos por equipes de artistas muito talentosos, trazendo espectro de estilos hiper-realista, cômico e ultra estilizado em cada uma.

Fazenda (ou, como no título original, “Jibaro“) é o episódio destaque ou simplesmente o que faz toda a temporada valer a pena. O único curta que certamente captou a essência total da série, trazendo uma adaptação folclórica de forma bem original para as telas, dentro de uma belíssima execução e que merece todos os elogios a respeito da narrativa, som e efeitos especiais que mesclam animação de computação gráfica com técnicas bem realistas.

Jibaro é definitivamente encantador em todos os detalhes possíveis. Desde as expressões, detalhes das armaduras, cores vivíssimas, ambiente e o escultural corpo da sereia coberto de ouro entre outras pedras valiosas e a dança mortal com o jovem explorador que vai ao seu limite em nome da ganância. A montagem de som encaixa nas sensações tanto do personagem que é surdo, assim como varia entre a perspectiva do canto da sereia e do ambiente em geral.

Reprodução: Netflix

Os episódios Viagem Ruim e o Mesmo Pulso da Máquina também se encaixam nessa posição de destaque. O primeiro por trazer a visão cinematográfica de Fincher, sombria e sangrenta, numa batalha com monstros reais e o monstro da moralidade humana, ao meio do mar, transformando 20 minutos de episódio numa bela experiência de horror e tensão. Enquanto o segundo coloca uma animação em 2D com algumas narrativas conhecidas do cinema em filmes como Perdidos em Marte, Interestelar e Uma Odisseia no Espaço, mesclados a um tipo de estética pop-art.

Definitivamente é uma série que SIM, vale a pena o seu stream. Mas que alguns dos episódios são ainda mais descartáveis do que no segundo volume. Então se você não se importa com a violência gratuita e pouco cérebro apenas diversão, pode assistir todos os episódios sem pular qualquer um. Mas se quer exatamente pular para a parte interessante da temporada, fica a nossa recomendação para os episódios Jibaro, Bad Traveling e The Very Pulse of the Machine sem medo.