Alien: Romulus honra o primeiro da franquia porém não passa disso

Uma das franquias mais relevantes da ficção científica retorna esse ano. “Alien: Romulus”, dentro da cronologia dos filmes, se passa 20 anos após os acontecimentos do clássico de 1979. Dessa vez, estamos acompanhando um grupo de jovens adultos que buscam, em uma nave deserta, combustível para sair de sua colônia atual. 

O Diretor Fede Alvarez (“O Homem nas Trevas” e “A Morte do Demônio”) sabe fazer uma direção envolvente. Com ótimo uso do design de som, ele consegue amplificar o sustos e entregar imersão espacial. Já na escolha de uma fotografia tenebrosa carrega cenas lindas e intensas. Tudo isso, somado à utilização de efeitos práticos, traz um ambiente assustador, perigoso e que faz você ficar na ponta da cadeira. 

Mas, um filme não é feito APENAS de parte técnica e direção excelentes e, apesar de isso contar muito, a parte narrativa e de roteiro também precisa estar alinhada. É aí que este longa pode causar alguns desconfortos. 

Ele não é apenas a alma do primeiro. Ele é o primeiro Alien! Sua estrutura de roteiro é EXATAMENTE igual. Do começo ao fim, temos contato com a mesma história, não só em essência, mas em clímax, pontos de virada e a extensão do terceiro ato. Dentro os poucos diferenciais, temos a ideia de algo mais grandioso, por exemplo: se no primeiro, eles lutaram contra um alien só, aqui eles irão lutar contra vários aliens, um problema de nave e a tristeza de termos personagens tão ruins. 

De verdade, o espectador não poderia se importar menos com esses novos personagens. A Rain (Cailee Spaeny) é fraca e xoxa não honrando seu protagonismo, Andy (David Jonsson) é um androide interessante (e talvez seja a melhor atuação do filme) e o restante são ótimas buchas de canhão

Em suma, não temos aqui um longa ruim, muito menos medíocre. Ele é sim uma boa obra e irá agradar tremendamente os fãs (e até quem não é fã), mas infelizmente um roteiro desses não é digno de mérito algum. 

“Alien: Romulus” já está disponível nos cinemas